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quinta-feira, 31 de maio de 2007

Dura Fredo Segafredo

Great empires are a struggle to build
People follow, people follow

The ceiling tends to be a black dotted blanket
People follow, people follow

A cheering crowd as remedy to bruised egos
People follow, people follow

A thousand years can be a little bit tiring, so take a seat
People follow, people follow

We are young and we know everything about everything
People follow, people follow

We have our chins of stone and our hearts of clay
But the point is to obey (may they say)
People follow, people follow

Discomfort turns your cheek
Is it the truth making you weak?

No!
People still follow
People still follow
People still... Swallow?

It is a feeling called protocol
It is a thirst for powerless power
The biggest of truths is written on the walls
So tell me

What will you do
When all your lies give up on you?


Março de 2005

quarta-feira, 30 de maio de 2007

♫ Everything I Need to Know ♫


The day you left, the silence was deafening

You screamed so damn loud I could hardly hear you

Your silent whispers chanting my name so smoothly

Still break me late at night and hold me tight

When I can’t sleep, I can only keep in deep agony

The faded breath of your own misplaced thoughts

I never learned the disorder of your mind

And I never learned the disorder of your name

'Cause everything I need to know

Everything I need to know

I knew it the minute that I saw you...

Everything I need to know

Everything I need to know

I know it now…


Outono de 1999

Dez folhas de nada

Olha, não faz qualquer sentido. Sabes muito bem do que falo. Contaram-me que os semáforos na Suécia ao passarem de vermelho para verde também passam pelo amarelo. É como a vida a andar para trás num repente. Verde, AMARELO, vermelho, AMARELO, verde... Ao menos na Suécia avisam que a vida vai parar, mas também mostram que vai começar a andar de novo. O dia vai nascer de novo. O semáforo vai abrir. Não tarda. Custa muito contar o tempo ao segundo, mas custa muito mais não notar que os ponteiros se movem, e depois dar por ela e já não estás aqui. Nem sequer dá para perceber porque deixas a areia escorrer por entre os dedos, porque é que já nada mexe esse universo. Os sítios a que vamos porque são marcos, como faróis que guiam os bravos lobos do mar, só existem porque nos lembramos deles. Enquanto nos lembramos deles. Porque no dia em que tudo se olvida, não há que ter medo de morrer, mas sim de sentir a própria vida. E depois, a pressão do pressionar, a dor do doer, a inconsciência da consciência, a cegueira de nunca ter visto tão bem como nesse instante, não passam de linhas desalinhadas, dum futuro que apareceu tarde demais. É um silêncio ensurdecedor que ás vezes escolhemos obrigados. Acho que dói porque me lembrei de acreditar. É a noite sempre á noite, como se bastasse estar longe, estar calado, permanecer inerte. Sem palavras que sejam mel em algumas bocas, sem sons que nos tentem nem luzes que nos embriaguem corpo e alma. Mas no fundo, hei-de ir sempre dar a mim, no final do caminho, como algo sagrado e muito íntimo. Desde o dia que nascemos até ao dia que morremos, o peso maior é termos de nos suportar. Não nos podemos separar de nós, nem das coisas que fizemos. O semáforo vai voltar a abrir, como um círculo sem fim, e só espero que saibas que não faz sentido nenhum estarmos sós neste mundo.

terça-feira, 29 de maio de 2007

A palavra Amor


Acordo pela manhã e estás aqui. Estás dentro de mim, na figura duma alma gémea que encontrei nos corredores agrestes do meu caminho. Procurei-te toda a vida sem alguma vez o ter notado; enquanto me entretinha com coisas menores, crescias em mim.

Gastei demasiado tempo da minha ainda curta vida a tentar negar-te, achava-te vulgar, impregnavas tudo e todos com a tua essência de mel, e eu tinha medo de ti. Tenho sempre medo daquilo que não controlo, e tu jamais foste algo que eu conseguisse dominar.

Saio lá fora e está frio. Sinto-me estranhamente quente, sinal de que ainda não me abandonaste. Quero falar de ti a toda a gente que conheço, mas isso significa ter de libertar um lado da minha alma para o qual não estou ainda preparado. Apanhaste-me de surpresa, à traição, e não consigo deixar de pensar que isso não pode ser bom sinal. Nunca pode ser bom sinal. Pode?

Negoceio contigo a cada esquina de rua, quero que te vás embora, mas dou por mim perdido no ardil que ousaste montar em meu redor. Cheguei ao sítio onde não queria chegar. Onde pensava não querer chegar. Sento-me para não cair.


Dedico-te algumas linhas num caderno que não as tem, e abuso de mim próprio ao ousar desenhar um coração em volta delas. Distraíste-me de tal forma que já nem me conheço. Olho para mim e minto a mim mesmo. Digo que vais embora não tarda. Faço promessas que tenciono não cumprir, e rezo algo que nunca soube de cor, deixando a ingenuidade me fazer crer que isso basta.

Eu sou um fraco. Admito. Julgava ser possível viver sem ti, e aquilo que eu mais buscava, eram outras respostas que não as tuas. Mas seduziste-me, e eu queria olhar para ti, mas a luz não deixava. Queria dizer-te que isso não se faz.

Estou poluído. Tenho tantas razões para não te querer, e não consigo articular uma só, no intuito de desafiar o teu domínio. Queria poder voltar a tapar-te com as coisas menores. Queria não ter de ficar preso na espera por cada sopro teu, para poder respirar. Queria poder mentir-te e dizer que não preciso de ti. Sangrar-te das minhas veias e ousar prescindir de ti. Mas a verdade é que preciso que me alimentes com o silêncio da tua voz, que me tires do marasmo que é ser eu mesmo, e que me faças ser capaz de ser maior.
Deito-me muito tarde. Todos os dias é assim. Fico a pensar como é estranho que me tenha habituado a ti, e agora não deseje outra coisa. Acho que sempre foi assim, simplesmente não o sabia. Se calhar não estamos vivos até te conhecermos. Se calhar nascemos apenas quando tu te revelas a nós. Se calhar tu não existes para além dos textos em que imagino que estou a falar contigo.

Vou adormecer, como sempre, embalado pela canção que fazes questão em entoar na minha mente, cada vez que fecho os olhos para dormir. Uma canção que fala de ti, fala de mim, fala de nós. Esvaio as minhas últimas palavras do dia, deixando-as rumar ao eco das paredes do quarto: “Ainda bem que te pertenço”. Falo para ninguém.
Não me sinto ainda capaz de dizer o teu nome. Falo tanto de ti, e apercebo-me de que é de mim que falo. Estás aqui, e tudo o que sei é que há uma luz ao fundo do túnel, e eu espero que ela jamais se apague.



30 de Setembro de 2005

quarta-feira, 23 de maio de 2007