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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Os Olhos da Alma

"Sentei-me no nosso lugar para me poder ver por dentro.
Sabia que podia esperar-te no nosso sítio
de sempre. Sabia porque consegui respirar-te. E enquanto
conseguir respirar-te, mesmo que não seja no nosso lugar,
sei que posso esperar pelos teus olhos que abrem o mundo
e mostram que os instantes duram o tempo que nós
quisermos. Sei que no nosso lugar tu moras no vento
que me beija o lábios, que me afaga o cabelo. Moras na luz
que me faz fechar os olhos e ver os teus olhos,
no indefinido infinito das estrelas. Moras no chão que piso.
Moras nas ervas, nas papoilas, nos malmequeres.
O nosso lugar não tem girassóis, mas, se tivesse, saberia sempre
onde estavas…
E, mais do que tudo o que eu possa ver de fora do nosso lugar,
quando lá estou, vejo que moras em mim.
Só lá posso ver-me por dentro. Só lá me vi por dentro.
Ao som da música das tuas palavras que transbordam
os feitiços da alma.
O nosso lugar é como aquelas caixas de música que
só se tornam bonitas quando abertas. Quem passa e anda,
sem parar para sentir o vento, não vê a alma.
Não vê o amor.
Não vê a música que nasce dos teus olhos.
Sentei-me no nosso lugar para me poder ver por dentro.
Sentei-me no nosso lugar para te poder ver.
Só para fechar os olhos e sentir na minha mão
a tua impressão digital, o teu toque
que abraça a alma."

12 de Julho de 2007

2 comentários:

* misty * disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Simplesmente adorei este, sem duvida um dos melhores se não é o melhor :)