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terça-feira, 6 de maio de 2008

Dianódio

Inventou-se uma palavra nova, que se quis escrever onde faz sentido. No peito sentido de um torpor em riste. Amamos um calhau em riste. Já reparaste? Nunca ninguém na vida entenderá o que é ser templo a coisa nenhuma, porque a vida são dois dias e entre eles houve ontem. Acordado no meio da realidade, banhado em desejos eléctricos de abraços frenéticos, luzes e cores e sombras de amores, sons e encantos e sonhar, eternamente sonhar. Ser o palco do nosso palco, o segredo do medo e a virtude de andar descalço sobre os vidros sem se cortar. Somos humanos, somos ou não somos menos humanos quando o somos? A palavra nova busca o seu significado , procura-se no seu significante, perdeu-se quando o achou. Dá-se o último trago de um cálice incendiado a vapores e óleos perfumados, e restos de mim e do eu em bocados. E é um prazer enorme saber que nada se percebe. São as ondas que levam o sentido, são as ondas que o trarão também. Quando houver mais que dois dias e nenhuma noite no entretanto que se nos espalhe em pleno encanto. Que no nada haja espaço para se entender, e veremos sempre o dia cruzar a fronteira e ir beijar a noite. Porque eu também gosto. E a palavra nova está ai. À procura de si.

1 comentário:

IpsaEgo disse...

Podemos falar do medo, falar da noite, falar do que não percebmos e das palavras que "recriamos" para criar o amor em subterfúgios que mais ninguém alcance. Mesmo que sejam calhaus em riste que são templo do mundo e não de coisa nenhuma. As palavras são convenções linguísticas, e tu, ao cunhá-la, determinas o seu significante, o seu significado e o referente; mesmo que "à primeira vista" não te apercebas que convencionaste um "corpo alado" que vai nas "asas de um turbilhão", a semiose aconteceu e acontece dentro de ti, porque o teu "Dianódio" emanou de ti, de ti.
E quando falas das ondas... eu começo a achar que aquilo que o mar leva não volta a trazer, porque o que volta é já a reacção do que foi e que não pode voltar a ser. Ou então é porque as coisas realmente voltam, mas demoram a eternidade que não temos a voltar.

Sabes uma coisa, Padrinho? Eu acho que não somos mais ou menos humanos por termos fraquezas, por termos vontade de nos atirarmos do oitavo andar, enquanto olhamos o Parque Eduardo VII, ou porque não percebemos a "Negrura" em nós, ou porque o verão está a chegar e os dois dias passam sem haver uma noite de limbo pelo meio, ou, até porque temos medo da nossa realidade...

Eu sou uma miuda, os meus frescos 18 anos parecem um recem-nascimento, eu sei. Mas eu aprendi, com muitas coisas, umas boas, outras menos boas, outras obelisticamente maravilhosas, que a vida é só uma e que não podemos desistir, temos que continuar a percorrer as ruas deste mundo, mesmo que não nos levem a lado nenhum!

"Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar" :)

Um abraço obelisticamente gigante

Marta