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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Paredes

"À sombra de Renoir

Por muito que a paisagem mude, neste postal,
saberás que a mesma mulher estará sempre
sentada entre os impressionismos da despedida.
Saberás que ela deseja, subtilmente, que o futuro
não chegue e não lhe vire a página do livro
fechado no seu regaço.
Saberás que também tu o desejas. Que também tu
queres que o dia se suspenda e permaneça nesta
estação onde te recusas a embarcar.
O teu comboio só parte quando
estiveres disposto a reerguer o teu castelo de nuvens.
E tu sabes que isso é a morte adiada de
todas as tempestades que trazes encarceradas no peito
e que te encarceram um voo mais alto.

Levanta-te dessa sombra de Renoir, abre o peito
ao vento. Deixa que as cores deste postal
impressionem as tempestades que tens que varrer com
minúcia de ourives. Talha o teu coração na
manta dourada da filigrana do sonho. Só assim
poderás acenar, da tua carruagem, às memórias sofridas
que ficaram a dizer-te adeus, da estação que parte.


MB, 13-09-07 "



Obrigado ***



3 comentários:

Anónimo disse...

Neste postal sem futuro
saberás que a despedida é uma mulher
de livro fechado no regaço.

Uma mulher que hesitando
ousou não virar a página do livro
onde hoje se adia o teu castelo de nuvens
detentor de um voo mais alto.

Neste postal a cores
talha o teu coração na manta dourada
da filigrana do sonho. E deixa que
sejam as memórias sofridas
a dizer-te adeus, enquanto partes.

*********************
(desculpem o atrevimento)

Anónimo disse...

...A espera...

(mais palavras)

Anónimo disse...

gmail.com:) :) :)

... que alivio...